terça-feira, 22 de julho de 2008

MATERIAL COMPLEMENTAR


TÉCNICAS APLICADAS

Antes mesmo de fazer o curso de Alfabetização e Linguagem, tive a oportunidade de fazer uma Pós-Graduação em Psicopedagogia Institucional e Clínica. Lá me deparei com vários assuntos interessantes. Mas um em especial chamou mais minha atenção, sendo a Dislexia. Percebi que aquela teoria, realmente existia dentro das salas de aula. Então resolvi investir no assunto, pesquisei, observei, fiz entrevistas, sempre com o intuito de me aprofundar.
Produzi alguns textos referentes às pesquisas e aos estágios realizados. Durante o curso, nas explicações, leituras e debates, sempre percebia que tinha a ver com o meu tema estudado. Então resolvi aproveitar algumas de minhas produções, para enriquecer ainda mais meu Portfólio.
As atividades que citarei estão envolvidas com textos. Com utilização das mesmas, tentei fazer com que os alunos se tornassem mais ativos, críticos, procurando fazer um paralelo com sua realidade.
Todas estas atividades foram aplicadas em uma escola pública localizada em Taguatinga Distrito Federal no ano de 2006.
Algumas atividades foram: Intervenção contando a história do Cocozinho e do Cric, Crec, Crás; Parada Literária com a história da Sementinha Bailarina e Relaxamento Luz de Amor.

Atividade de Intervenção

Usando a técnica da “audição”, com objetivo de desenvolver o respeito mútuo entre colegas que apresentam características diferentes. Foi necessário uma sala ampla e cerca de 4 horas.
Contei a história do cocozinho que saiu na revista Nova Escola. Pedi para que escrevessem uma história que também fala sobre a importância de cada pessoa.
Tiveram que fazer um desenho representando a história contada. Depois dramatizaram a história do cocozinho para as outras turmas.
Assim que apresentaram, li para eles a moral da história do cocozinho.
A avaliação pode ser feita de várias formas, podendo analisar a produção literária e artística dos alunos. Sem deixar de analisar também sua dramatização.
A história contada foi a seguinte:

O pobre cocozinho


Era uma vez um cocô. Um cocozinho feio e fedidinho, jogado no pasto de uma fazenda. Coitado do cocô! Desde que veio ao mundo, ele vinha tentando conversar com alguém, fazer amigos, mas quem passava por ali não queria saber dele:
- Hum! Que coisa fedida! – Diziam as crianças.
- Cuidado! Não encostem na sujeira! – Avisavam os adultos.
E o cocozinho, sozinho, passava o tempo cantando, triste:
Sou um pobre cocozinho
Tão feinho, fedidinho
Eu não sirvo para nada
Ninguém quer saber de mim...
De vez em quando ele via uma criança e torcia para que ela chegasse perto dele, mas era sempre a mesma coisa:
- Olha a porcaria! – repetiam todos.
Não restava nada para o cocô fazer, a não ser cantar baixinho:
Sou um pobre cocozinho
Tão feinho, fedidinho
Eu não sirvo para nada
Ninguém quer saber de mim...
Um dia ele viu que um homem se aproximava;
Já imaginando o que ia acontecer, o cocozinho se encolheu.
“Mais um que vai me xingar”, pensou. Mas... Oh! Surpresa! O homem foi chegando, abrindo um sorriso, e seu rosto se iluminou:
- Mas que maravilha! Que belo cocô! Era exatamente disso que eu precisava.
O cocô nem acreditava no que estava ouvindo. Maravilha, ele? Precisando?
Aquele homem não era maluco, não. Era um jardineiro.
E, usando uma pá, com todo o cuidado, ele levou o cocozinho para um lindo jardim.
Ali, acomodou-o na terra, ao pé de uma roseira. E, depois, de alguns dias, o cocozinho percebeu, feliz e orgulhoso, que, graças a sua força, a roseira tinha feito brotar uma magnífica rosa vermelha, bela e perfumada.
Rosane Pampolha


Moral da história do cocozinho

A história contada tem como personagem principal um cocozinho. Todas as pessoas que passavam por ele, discriminavam, xingavam e mantinham a maior distância possível. O mesmo foi tão discriminado, que passou a acreditar que não servia para nada, além de feder e enfeiar o ambiente.
Desta forma se isolou. O que não sabia ele e as outras pessoas que o humilharam, é que ele também tem uma utilidade muito importante no meio em que vive. Com sua ajuda, as plantas ficam mais fortes, oferecendo flores e frutos.
Assim como o cocozinho, todas as pessoas com deficiência ou não, têm sua importância no mundo em que vive. São as diferenças que nos completam. É preciso acabar com o preconceito. Uma maneira de fazer isso é respeitando as necessidades e dificuldades de cada um. Ninguém é melhor do que ninguém, e por isso uns precisam dos outros.

Atividade de intervenção com a história do cric, crec, crás (medos e desafios)

Usando a técnica “comunicação e imaginação”, onde os alunos terão que recriar um final para uma história de terror.


Cric, crec, crás!

Pedro estava olhando para o teto. Pela janela do quarto entravam as sombras dos carros que passavam pela rua. Ele estava de cama, com gripe: dor de garganta, moleza, febre. Ele queria estar lá fora, na quadra, jogando bola com amigos. Por que não podia ser como Bidogo, que nunca ficava doente?
Ele podia ficar na sala, vendo televisão. Mas a mãe tinha mandado que ficasse no quarto, debaixo das cobertas.
- Quem mandou você ser obediente?
O Bidogo miou estridente e se arrepiou todo, como se tivesse visto assombração. Pulou no colo de Pedro, tremendo. O dono do gato ficou com a barriga gelada. Ele não tinha falado aquilo.
- Ô, lorpa! – Disse aquele alguém. Não reconhece a própria voz?
Pedro tentou sair correndo do quarto, mas seu corpo não obedeceu. O reflexo de seu corpo se mexeu: enfiou um dedo em cada olho e arrancou. Ele tentou raciocinar:
- Se eu estivesse sem olhos, eu não estaria vendo isso... Aí ele viu os próprios olhos na palma da mão do reflexo!
- Que loucura! Minha imaginação está zoando comigo! É a febre!
Pedro tentou acreditar nisso, mas desistiu. Porque seu reflexo estava com dois buracos escuros onde antes estavam os olhos. E pelas paredes escorria sangue. E de baixo para cima!
O menino deu um pulo, pegou o cobertor, cobriu o espelho. E ouviu:
- Sai dessa! Você não vai me impedir!
Cric! Esse som fez o gelado se espalhar por todo o corpo. Crec! Aquela voz que era dele e não era, avisou:
- Eu vou sair e barbarizar!
Pedro olho em volta pensando em pôr um móvel na frente do espelho, mas não deu tempo. Veio o terceiro e mais horripilante dos sons: Crás!
E aí foi um silêncio tão forte que deu para Pedro ouvir as batidas de seu coração. Ele sentiu alguma coisa passar pelo teto do quarto. Mas, quando olhou, só viu as sombras dos carros.
Pedro respirou fundo e puxou o cobertor que estava tapando o espelho. Ele viu a cama atrás dele, a janela, as sombras passando pela cortina... e só. Como um vampiro, ele não estava mais refletido no espelho!
De olhos fechados, ele se apalpou para saber se ainda tinha braços, pernas e outras partes tão ou mais importantes. Ficou aliviado, porque ainda estava tudo lá. Mas o alívio durou pouco. Quando abriu os olhos, viu o quarto como se estivesse dentro do espelho. Ele estava preso. E seu reflexo estava solto!
Lá de fora vieram gritos desesperados da irmã. Da amiga da irmã. E da faxineira. A porta se abriu. Sua irmã e a amiga entram berrando, como se estivessem fugindo. Pedro tentou ir até elas. Mas bateu com a cabeça no vidro do espelho. E sentiu vontade de gritar. Mas não saiu nada. As meninas berraram mais um pouco e desmaiaram. Pela porta aberta Pedro viu passar a faxineira. Logo depois, o machado do pai dele passou zumbindo na mesma direção.
Que barulho foi aquele que Pedro ouviu? O machado cravando numa porta?
Escureceu de repente, apesar de ainda se dia. E o ar ficou gelado. Saiu fumaça de sua boca quando Pedro soltou um soluço doído. Sua mãe entrou no quarto. Ela também estava chorando.
- Me ajuda, filho. Tem uma “coisa” solta em casa. Uma “coisa” que parece com você, mas que não é humana. Uma “coisa” assustadora. Agressiva. Violenta. Assassina...
Pedro tentou responder. Mas percebeu pelo rosto da mãe que a voz não passava pelo vidro do espelho. Ele viu a “coisa” entrando no quarto.
Foi então que...
Flávio de Souza
Depois de ter contado a história, pedi para que continuasse, ou seja, para que inventassem um fim para a mesma. Depois que escreveram, também tiveram a oportunidade de desenharam. Todos os desenhos ficaram afixados no mural da sala da biblioteca.

Atividade da parada literária

Além de contar e dramatizar histórias, todas as sextas-feiras toda a escola parava para o projeto “Parada Literária”. Esta parada ocorria das 08:00 às 09:00 horas, sendo 1 hora de leitura prazerosa. Onde todas as pessoas que se encontravam dentro da escola, como diretores, professores, alunos, servidores, cantineiros, pais e outros, teriam que parar de fazer o que estavam fazendo para ler livros literários, notícia de jornal, revista, artigo dentre outros.
Antes de cada um começar sua leitura individual, a orientadora pedagógica da escola iniciava com uma leitura.
Referente à história do dia a técnica utilizada seria da “imaginação livre”, com objetivo de desenvolver a capacidade de interpretar e criar suas próprias opiniões. Depois de ouvir a história atentamente e imaginar os acontecimentos, os alunos teriam que confeccionar livros com suas produções artísticas e textuais.
O texto foi o seguinte:


A Sementinha Bailarina

Faltavam poucas sementinhas para partir. Eu, como as outras mais novas, esperava a minha vez. Devia ser naquela manhã.
Esperávamos pela passagem do vento, que seria o nosso automóvel. Vi quando ele vinha lá longe e avisei minhas irmãs.
O vento foi chegando e fomos levadas pelos ares, virando cambalhotas.
Aos poucos, fomos nos separando umas das outras. Fiquei sozinha.
Durante a viagem, reconheci alguns dos passarinhos que voava por cima de mim, quando ainda morava com minhas irmãs. Quis conversar com ele: impossível naquele sobe-e-desce. Num minuto eu estava pertinho do céu e via lá embaixo, tudo pequeno! Noutro, descia bem rente da terra e via tudo crescendo para mim.
Num dos momentos em que estava bem no alto, um outro pé de vento me chutou para a terra. Eu vim caindo, rodopiando, até bater numa coisa dura que me deixou atordoada. Logo que pude olhar em volta, vi que estava em cima de uma pedra. Lembrei-me que podia viver em quase todos os lugares, exceto nas pedras.
Comecei a gritar, suplicando ao vento que me levasse mais adiante. Mas ele já lá longe e não me ouviu.
O sol estava quente e eu sentia sede. Estava quase desmaiando quando uma menina passou correndo, esbarrou em mim e derrubou-me. Mal cheguei ao chão, um pezinho descalço apertou-me na terra. Tive a impressão de que o pezinho nunca mais sairia de cima de mim.
Quando finalmente me vi livre, percebi que não enxergava. Mas não estava cega, não. É que eu estava embaixo da terra. Por alguns dias, não veria a luz do sol. Mas ali e eu tinha ar, água e tudo que necessitava para me tornar uma plantinha viçosa.
Já sentia saudades da planta de onde viera e do jardim cheio de flores onde eu morava. Lá eu não trabalhava. Morava na flor e tudo o que havia de melhor para comer, a raiz nos mandava. Agora, porém, tinha de trabalhar. Desse momento em diante, começava a viver minha verdadeira vida de sementinha.
autor desconhecido

Depois da leitura, puderam ler suas histórias desejadas.
Cada professor aproveita este momento para trabalhar de forma variada e diversificada com os alunos, sempre com o objetivo de torná-los leitores ativos.

Atividade de relaxamento

O relaxamento é aplicado todas as segundas-feiras, quartas-feiras e sextas-feiras, depois do intervalo. Usando a técnica do “relaxamento”, com objetivo de fazer com que fiquem mais calmos, para que desenvolvam ainda mais sua aprendizagem.
o relaxamento aplicado foi o seguinte:
Luz de amor
Fecho os olhos... Etc.
Sinto que se acende uma luzinha em meu coração... Ilumina meu interior... Atravessa minha pele... Expande-se e se junta a outras luzes... Juntas, formam uma grande luz... Uma luz cheia de amor... A luz de Amor se expande por toda a sala... Pela escola... Por todo o bairro... Pela cidade... Por todo o país...
A luz de amor envolve todo o mundo... Ajudo a cobrir todo o mundo com essa luz de amor... Vejam como as longínquas galáxias, com sua luz de amor, fazem brilhar todo o planeta Terra... Sinto um grande amor por tudo... Por todos... Desfruto essa sensação... Tenho prazer com essa energia que envolve tudo...
Volto ao meu lugar, nesta sala, neste dia, sabendo que a luz de amor está sempre em meu coração.
EUGÊNIA PUEBLA

Atividade:
Depois do relaxamento, pedi para que desenhassem a forma com que imaginam a luz do amor. Depois cada um apresentou seu desenho e contou uma história do mesmo.
Além de trabalhar com a comunicação, trabalhei a imaginação de cada um dos alunos.






3 comentários:

Unknown disse...

Oi,Vivi!

Que bom que seguiu a sugestão "portfólio virtual".No início,apanhamos muito para dominar essa ferramenta,mas logo se torna bem agradável.
Adorei conhecer um pouco mais de você através da socialização de suas experiências profissionais.Parabéns!

Unknown disse...

Oi, Vivi!

Adorei seu blog!!! suas experiências são muito interessantes e me auxiliarão no curso de Pedagogia.
Embora não tenha lhe falado antes da admiração que tenho por seu trabalho docente, já havia comentado sobre você com uma amiga da faculdade, enfatizando a relação professor-aluno.
Parabéns!

Giulieny Matos disse...

Isso é um absurdo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Compre o livro, sá !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! É só pesquisar na internet onde comprar.................. É crime divulgar histórias assim na íntegra, sem autorização..... os meios tecnológicos atuais são realmente facilitadores dessa prática desrespeitosa, este ato se compara à corrupção.............. Compre o livro, repito! Tem pra vender... o autor está por aí, na praça, o livro é disponível... vc deve fazer isso só para se passar de boazinha para as amigas... compre o livro, repito!!!!!!!!!!!!!!